Quando o coração escreve, o tempo escuta Este não é apenas um blog. É um livro aberto de mim para mim e agora, para você. Cada capítulo aqui nasce de uma pergunta, de uma ausência, de um instante que ficou entre o que foi dito e o que foi sentido. É um lugar onde a palavra vira abrigo, e o silêncio tem voz. Entre e leia com calma: cada pedaço tem um pouco de céu, um rastro de dor bonita, e a esperança suave de quem ainda acredita na delicadeza.

Bem-vindos ao meu cantinho no mundo♥

Aqui mora tudo que pulsa forte no peito: palavras que escapam, silêncios que gritam, e memórias que dançam entre o céu e o chão. Este blog é um diário aberto, uma conversa com o tempo, um abrigo de sentimentos. Sinta-se em casa. Pegue um café, ouça o vento, e leia com o coração. Com carinho, Fernandinha

★☾ ✿Gente - Miúda✿

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Era uma vez, uma garotinha que se chamava... Bora ler!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Divino tempo

Texto e imagem:
 M. Fernanda
Diário de vida




A manhã prometia o Céu brilhante, o dia era especial de novo, pensava Fernandinha enquanto corria atrás de um caranguejinho, bem pequenino e arteiro que vira se esconder em um dos buracos na areia. Ela ficava impressionada com tanta agilidade.
Ela sorria ao lembrar o jeitinho dele correr para entrar na sua casinha de ladinho. Ele era tão pequenino. Era uma “criança” como ela. Depois pensou e disse para si mesma: não é criança que diz euzinha, Sr. Tufik disse que é filhote que chama.
Ah é mesmo rsrsr... Então caminhou mais um pouco e sentou-se próximo a uma das “casinhas” do caranguejinho, colocou as mãos no queixo e ficou quietinha enquanto pensava. Depois levantou, comparou seu tamanho, ela também era pequena e tinha vários lugares para dormir. Tinha todos aqueles bancos da praça como cama, também a caixa de papelão...
Mas ao pensar nisso seus olhinhos encheram de água, ela sentia falta de alguém que fosse muito, muito especialmente especial, e que a segurasse pela mão que nem as crianças das praças, das escolas, daquelas que tinham uma casa de verdade com janela e portas, e uma caminha com cobertor e tudo. Não precisava ser uma cama nova não, podia ser no chão, afinal ela não tinha regalias com nada, mas sonhava que dentro da casa tivesse uma mãe e um pai.
O entusiasmo foi tão grande que ela adormeceu e sonhou que andava pela praia com um vestidinho cheio de borboletas desenhadas nele, e cada uma delas voava fora do vestidinho e novamente voltavam, e assim iam felizes diante do grandioso mar.
De repente encontrou uma moça muito bonita, e as borboletinhas voaram todas e fizeram um lindo círculo entre elas duas. A moça a olhava demoradamente e depois disse: guardei você há tanto tempo dentro de mim.
É?
- Sim.
Por que me guardou aí dentro?
- Porque mereci.
Quando merecemos é bom?
- Depende
Do quê?
- Do que se merece e então se toma posse.
O que é posse?
- Capacidade de se ter algo.
Então você me tem?
- Ainda não.
Por que está chorando?
- Porque estou feliz.
Então eu quero que seja sempre feliz, que tenha paz dentro do seu coração.
-Por que?
Porque eu sinto que precisava lhe dizer isso.
A moça se agacha e lhe beija várias vezes a face.
Ela a abraça e aperta muito forte, e depois de ficarem assim por um longo tempo, Fernandinha a olha dentro dos olhos e diz: Sabe? Você tem jeito e cheiro de mãe.
- Você sente assim?
Sinto.
- E sabe por que sente?
Sei...
- Por que?
Porque quando o coração da gente salta muito forte no peito, é porque o Senhor do alto está segurando tão bonito na nossa mão que o coração quer ter mão para segurar também na dele. E isso só acontece porque Ele é amor, e só o amor é capaz de coisas colossais.
- Sim minha pequena, por isso temos a ligação que o bom Pai nos faz sentir. Amor com amor. 
Posso te pedir uma coisa?
Sim!
- Nunca solte a mão do amor está bem?
Está.

A brisa forte e o Sol se aninham para provocar seus efeitos, a menina acorda e olha para si procurando o belo vestido de borboletas, e encontra apenas um blusão rasgado e uma bermuda surrada, suja pelo tempo. Olha para o Céu e agradece ao seu amigão do alto por aquele belo sonho. Levanta sacode a areia do corpo e segue pensando que pode não ter nenhuma mãe ou um pai segurando sua mão, ou um lar para chamar de seu, mas tem a certeza que todos os sonhos que sonhou, todos os dias que passou seu coraçãozinho saltou bem forte. Então todos os dias o Senhor do alto segurava sua mão, e ela amava o Céu, a praia, as pessoas, os bichinhos e o caranguejinho que como ela também sabia, que o Divino tempo é um relógio cheio de sabedoria, e que todo ponteiro que ultrapassa trás um limite, um estímulo, uma dor ou uma alegria. E que se trouxer dor e uma lágrima cair, ela nunca virá sem uma mão que a enxugue da maneira precisa para enxugar, e que na vida não existem desígnios sem riscos. O que precisamos é confiar e ter fé, assim poderemos distinguir num simples sonho a realidade.

Um comentário:

  1. Pois é, minha carangueijinha !
    São estórias/ sonhos como este que fazem de ti uma menina especial .
    Dessas casinhas que tiveste , todas se juntaram para te proteger e trazer até nós .
    E só o Amor que cultivas , é o Amor que te sustenta , te traz com vestidos leves com a suavidade de borboletas que pousas com a ternura e pureza da tua alma
    Obrigada 🙏 por nos presenteares com o teu exemplo de vida e coragem
    Grande beijinho , minha pequenina !
    ❤️❤️❤️

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Gratidão♥♫