(Autoria: Fernanda)
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A menina levava a sério todas as coisas que precisassem de seriedade.
Ela amava a liberdade que tinha com a mãe natureza.
Passeava por canteiros de flores e sorria, sentia-se em casa. Molhava as mãos pequeninas nas ondas faceiras do mar, e fazia o sinal da cruz, em tom de agradecimento.
Passava horas fitando o horizonte e namorando o céu. Muitas vezes via-se em seus olhos as lágrimas caminharem para o chão.
Certa vez encontrou senhor Ivo, homem bom e já de idade.
Ele semelhava o Pai Noel e muitas vezes lhe matou a fome. Ela tatuou sua bondade, onde tatuava os que passavam a morar por dentro dela.
Um dia senhor Ivo foi morar no céu, por não ter alguém para tomar conta dele quando ficou doente. Isso era o que ela escutara de uma vizinha dele e guardou na memória.
Saiu dali, com um rio fluindo dos olhos e voltou para a beira mar, onde o conhecera.
Olhou para o céu e na tentativa pura de uma criança, pediu ao alto num tom de prece.
Senhor do alto, sou eu a tua filha da terra.
Venho te pedir que cuide aí em cima do senhor Ivo.
Eu não sabia que ele precisava de ajuda. Se eu soubesse, teria pedido ao Senhor para me ensinar a cuidar dele do jeito certo.
Ele sabia cuidar, e eu deveria ter aprendido com ele. Assim eu teria cuidado dele tão certinho, e ele teria ficado aqui mesmo na terra.
Senhor do alto, você pode me ensinar a cuidar das pessoas, para que elas fiquem sempre bem? Se deixar eu quero cuidar dos velhinhos e um dia quando crescer, das crianças e de todas as pessoas que precisarem de mim.
Escuta Senhor, se o Senhor aceitar eu vou me esforçar para ser uma boa “cuidadora” viu? Vá pensando... Por agora eu queria saber se ele ficou triste ou feliz, de ter ido morar aí em cima. Pode, por favor, me fazer sonhar e saber?
Pode também dizer para ele, que eu disse para uma senhora, aquela que caminha de calça de bolinha e blusa branca, que ele era meu vozinho querido? É que eu ia perguntar dele naquele dia, se ele podia ser meu vozinho do coração, mas quando eu cheguei lá, ele já tinha dormido.
Diz para ele que eu fiquei marrenta com o SONO, porque ele levou meu vozinho. Mas o padre me disse que o Senhor o chamou, porque estava precisando muito dele por aí. Então está tudo bem agora, a minha cara já não está mais de brava tá? Desculpa.
Diz para ele que eu vou estudar lá pros lados de Niterói, mas só se dona Luiza conseguir uma vaga para mim por lá. Se não fico lá na favela mesmo.
Que o Peter vai estudar comigo, mas prometeu ficar bem quietinho quando eu estiver ocupada.
Ela amava a liberdade que tinha com a mãe natureza.
Passeava por canteiros de flores e sorria, sentia-se em casa. Molhava as mãos pequeninas nas ondas faceiras do mar, e fazia o sinal da cruz, em tom de agradecimento.
Passava horas fitando o horizonte e namorando o céu. Muitas vezes via-se em seus olhos as lágrimas caminharem para o chão.
Certa vez encontrou senhor Ivo, homem bom e já de idade.
Ele semelhava o Pai Noel e muitas vezes lhe matou a fome. Ela tatuou sua bondade, onde tatuava os que passavam a morar por dentro dela.
Um dia senhor Ivo foi morar no céu, por não ter alguém para tomar conta dele quando ficou doente. Isso era o que ela escutara de uma vizinha dele e guardou na memória.
Saiu dali, com um rio fluindo dos olhos e voltou para a beira mar, onde o conhecera.
Olhou para o céu e na tentativa pura de uma criança, pediu ao alto num tom de prece.
Senhor do alto, sou eu a tua filha da terra.
Venho te pedir que cuide aí em cima do senhor Ivo.
Eu não sabia que ele precisava de ajuda. Se eu soubesse, teria pedido ao Senhor para me ensinar a cuidar dele do jeito certo.
Ele sabia cuidar, e eu deveria ter aprendido com ele. Assim eu teria cuidado dele tão certinho, e ele teria ficado aqui mesmo na terra.
Senhor do alto, você pode me ensinar a cuidar das pessoas, para que elas fiquem sempre bem? Se deixar eu quero cuidar dos velhinhos e um dia quando crescer, das crianças e de todas as pessoas que precisarem de mim.
Escuta Senhor, se o Senhor aceitar eu vou me esforçar para ser uma boa “cuidadora” viu? Vá pensando... Por agora eu queria saber se ele ficou triste ou feliz, de ter ido morar aí em cima. Pode, por favor, me fazer sonhar e saber?
Pode também dizer para ele, que eu disse para uma senhora, aquela que caminha de calça de bolinha e blusa branca, que ele era meu vozinho querido? É que eu ia perguntar dele naquele dia, se ele podia ser meu vozinho do coração, mas quando eu cheguei lá, ele já tinha dormido.
Diz para ele que eu fiquei marrenta com o SONO, porque ele levou meu vozinho. Mas o padre me disse que o Senhor o chamou, porque estava precisando muito dele por aí. Então está tudo bem agora, a minha cara já não está mais de brava tá? Desculpa.
Diz para ele que eu vou estudar lá pros lados de Niterói, mas só se dona Luiza conseguir uma vaga para mim por lá. Se não fico lá na favela mesmo.
Que o Peter vai estudar comigo, mas prometeu ficar bem quietinho quando eu estiver ocupada.
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Nanda,hoje vim visitar o Gente miuda que adoro!História comovente, de chorar as ideias da menina e seu coração inocente e cheio de amor!Texto lindo demais,menina flor!bjs,
ResponderExcluirfico lendo e imaginando
ResponderExcluirque uma criança tão pequena
mais com pensamentos tão maduros
lindo final de semana bjs
querida nanda vi um texto lindo seu na anne lieri
ResponderExcluiradorei ler vim conhecer seu blog e me apaixonei parabens querida voce escreve lindamente ja sou sua seguidora bjs
marlene