(Autoria: Fernanda)
Imagem: google
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✿
Era uma vez, uma garotinha que se chamava Fernanda.
Essa garotinha tinha sido criada num orfanato, um lugar que as pessoas adultas guardam seus filhotes por um tempo, ou deixam eles lá para adoção.
(Adoção funciona assim:
Uma moça que gosta muito de criança e não pode gerar seus próprios filhotes, vai lá, olha cada rostinho, se encanta com um deles, e gosta tão grande que quer ser sua mãe, e a criança gosta também tão grande dessa moça que quer muito ser seu filhote, e então em comum acordo eles passam a ser um do outro como mãe, pai e filho de verdade).
Nesse lugar, Fernanda era a única criança, que não queria ser adotada. Ela se escondia quando via chegar os casais que queriam conhecer as crianças.
Porque ela fazia isso? Bom...
Primeiro porque ela tinha a certeza que seus pais iriam voltar para lhe buscar, e sendo assim, as outras crianças que estavam na vez, podiam ser escolhidas com maior rapidez.
Certa vez no natal, as crianças faziam pedidos do que queriam ganhar. Depois colocavam debaixo da árvore e iam se deitar.
Todos mencionaram vários brinquedos, de tudo quanto era jeito.
Bola, boneca, jogo de cozinha, raquete de tênis, enfim, vários brinquedos foram citados.
Fernandinha como era chamada por lá, pediu seus pais de presente.
Nessa noite ela nem conseguia dormir de tão ansiosa.
Foi lá e deixou dois pares de meia engatados na ponta da árvore, um era para seu pai e o outro para sua mãe.
Mas será que eles irão caber aí dentro?
Acho que sim, o papai do céu pode fazer tudo que quiser, e pode deixar o meu papai e minha mamãe bem pequenos e depois esticar eles.
Então constatou que as meias estavam bem posicionadas e foi se deitar.
Logo pertinho do nascer do sol, não resistiu ao cansaço e dormiu.
Mas o horário do sino soara, e o barulho era ensurdecedor.
Ela meio sonolenta esqueceu-se de arrumar do jeito certo sua caminha que dividia com outra coleguinha.
Naquela manhã Fernandinha correu para a sala com todos seus amiguinhos.
Cada um havia ganhado o brinquedo almejado.
Ela então abraçou seus coleguinhas e saiu no meio dos brinquedos, procurando o seu presente.
Lá estava o par de meias um ao lado do outro, mas não havia nenhum pai e mãe grudados neles.
Ela chegou pertinho, abriu, olhou por dentro, balançou para ver se caia alguma coisa e nada!
Então ela saiu bem silenciosa e voltou para o quarto, sentou-se pertinho da janela e olhou para o céu.
Senhor do alto, desculpa se eu não pedi direito ontem.
Acho que não falei as palavras certas e o senhor diante de tantos pedidos não entendeu o meu. Eu pedi meu pai e minha mãe de volta aqui dentro dessas meias.
Olha! Elas estão vazias.
Nisso entra dona Rosa e pergunta a ela.
Fernanda como pode não ter arrumado sua cama?
Quais são as regras, diga-me?
Fernanda - Arrumar bem arrumado, puxar o lençol e depois jogar a bola de gude, se rolar está bem arrumado, se não rolar fica o dia inteiro de castigo.
Dona Rosa - Exatamente. Jogue a bolinha de gude.
Fernandinha joga a bolinha e ela não rola.
Dona Rosa - Então levante-se do chão, arrume a cama direito e vai para o canto do castigo.
De lá consegue enxergar a pontinha do céu e das nuvens.
Com os olhos marejados fica de cabeça baixa e as lágrimas começam a pingar em sua perninha, até formar um laguinho pequeno, ela enxugava e lá estavam novamente as lágrimas.
Sentia uma dorzinha por dentro, massageava com a mão o lugar, mas parecia que lá dentro havia uma ferida que doía e doía.
Ouvia porém, a animação dos seus coleguinhas, todos estavam felizes e era isso que importava.
Depois aninhou a cabeça perto da parede e ali dormiu e sonhou.
Sonhou com um lugar cheio de flores e que um menino com lindas asas vinha bem pertinho dela e lhe perguntava.
Fernanda quer morar aqui?
Ela - Eu vou ter asas também?
Ele riu e depois lhe disse: não. Mas se quiser morar aqui, eu vou cuidar muito bem de você.
Ela - Mas esse lugar é longe dos meus amiguinhos?
Ele - De certa forma apenas. Mas deve ser muito obediente, para que eu possa cuidar da melhor forma de ti.
Ela - Está bem.
Ele - Saiba: todas as dificuldades que passar, se puser amor no meio, tudo ficará bem.
Ela - O que quer dizer d i f i c u l d a d e?
Ele - Problemas.
Ela - Também não sei o que é problemas.
Ele - Cada lágrima que fizer doer teu coração, isso é chamado também de problemas.
Ela - Ah!
Ele - Lembre-se Fernanda, o amor é a arma mais poderosa de todo o mundo e é sua arma na saída deste lugar até sempre.
Ela - Sim.
Ela - Menino que voa, quem é você?
Ele - Sou o teu anjo da guarda, e sempre estarei ao teu lado.
Ela - Então vamos morar juntos?
Ele - Desde que você nasceu moro contigo, fui criado para te proteger.
Ela - Mas você foi criado onde?
Ele - Fui criado por Deus.
Ela - E eu?
Ele - Você também foi criada por Ele, um pouco diferente de mim.
Ela - Por isso eu não tenho asas?
Ele - Risos... Sim menina. Tuas asas moram no teu coração.
Ela - Então não posso nem rir muito, se não ele pode voar?
Ele - Risos... Ria o quanto quiser Fernanda, suas asas nunca irão embora.
Ela acorda, e em volta percebe que já se fazia noite, as crianças dormiam.
Mas onde estava dona Rosa, que não a tirou do castigo?
Então levanta e vai novamente à sala olhar a árvore.
Nisso sente uma dorzinha na orelha, era dona Rosa, que a fez voltar outra vez para o castigo.
Naquela noite, ninguém merecia ser castigado pensou.
Pegou suas lembranças e olhou para os amiguinhos, se despediu e fugiu.
Não olhou nenhuma vez para trás, apenas queria ir muito além, lá no lugar daquele sonho do anjo.
Essa garotinha tinha sido criada num orfanato, um lugar que as pessoas adultas guardam seus filhotes por um tempo, ou deixam eles lá para adoção.
(Adoção funciona assim:
Uma moça que gosta muito de criança e não pode gerar seus próprios filhotes, vai lá, olha cada rostinho, se encanta com um deles, e gosta tão grande que quer ser sua mãe, e a criança gosta também tão grande dessa moça que quer muito ser seu filhote, e então em comum acordo eles passam a ser um do outro como mãe, pai e filho de verdade).
Nesse lugar, Fernanda era a única criança, que não queria ser adotada. Ela se escondia quando via chegar os casais que queriam conhecer as crianças.
Porque ela fazia isso? Bom...
Primeiro porque ela tinha a certeza que seus pais iriam voltar para lhe buscar, e sendo assim, as outras crianças que estavam na vez, podiam ser escolhidas com maior rapidez.
Certa vez no natal, as crianças faziam pedidos do que queriam ganhar. Depois colocavam debaixo da árvore e iam se deitar.
Todos mencionaram vários brinquedos, de tudo quanto era jeito.
Bola, boneca, jogo de cozinha, raquete de tênis, enfim, vários brinquedos foram citados.
Fernandinha como era chamada por lá, pediu seus pais de presente.
Nessa noite ela nem conseguia dormir de tão ansiosa.
Foi lá e deixou dois pares de meia engatados na ponta da árvore, um era para seu pai e o outro para sua mãe.
Mas será que eles irão caber aí dentro?
Acho que sim, o papai do céu pode fazer tudo que quiser, e pode deixar o meu papai e minha mamãe bem pequenos e depois esticar eles.
Então constatou que as meias estavam bem posicionadas e foi se deitar.
Logo pertinho do nascer do sol, não resistiu ao cansaço e dormiu.
Mas o horário do sino soara, e o barulho era ensurdecedor.
Ela meio sonolenta esqueceu-se de arrumar do jeito certo sua caminha que dividia com outra coleguinha.
Naquela manhã Fernandinha correu para a sala com todos seus amiguinhos.
Cada um havia ganhado o brinquedo almejado.
Ela então abraçou seus coleguinhas e saiu no meio dos brinquedos, procurando o seu presente.
Lá estava o par de meias um ao lado do outro, mas não havia nenhum pai e mãe grudados neles.
Ela chegou pertinho, abriu, olhou por dentro, balançou para ver se caia alguma coisa e nada!
Então ela saiu bem silenciosa e voltou para o quarto, sentou-se pertinho da janela e olhou para o céu.
Senhor do alto, desculpa se eu não pedi direito ontem.
Acho que não falei as palavras certas e o senhor diante de tantos pedidos não entendeu o meu. Eu pedi meu pai e minha mãe de volta aqui dentro dessas meias.
Olha! Elas estão vazias.
Nisso entra dona Rosa e pergunta a ela.
Fernanda como pode não ter arrumado sua cama?
Quais são as regras, diga-me?
Fernanda - Arrumar bem arrumado, puxar o lençol e depois jogar a bola de gude, se rolar está bem arrumado, se não rolar fica o dia inteiro de castigo.
Dona Rosa - Exatamente. Jogue a bolinha de gude.
Fernandinha joga a bolinha e ela não rola.
Dona Rosa - Então levante-se do chão, arrume a cama direito e vai para o canto do castigo.
De lá consegue enxergar a pontinha do céu e das nuvens.
Com os olhos marejados fica de cabeça baixa e as lágrimas começam a pingar em sua perninha, até formar um laguinho pequeno, ela enxugava e lá estavam novamente as lágrimas.
Sentia uma dorzinha por dentro, massageava com a mão o lugar, mas parecia que lá dentro havia uma ferida que doía e doía.
Ouvia porém, a animação dos seus coleguinhas, todos estavam felizes e era isso que importava.
Depois aninhou a cabeça perto da parede e ali dormiu e sonhou.
Sonhou com um lugar cheio de flores e que um menino com lindas asas vinha bem pertinho dela e lhe perguntava.
Fernanda quer morar aqui?
Ela - Eu vou ter asas também?
Ele riu e depois lhe disse: não. Mas se quiser morar aqui, eu vou cuidar muito bem de você.
Ela - Mas esse lugar é longe dos meus amiguinhos?
Ele - De certa forma apenas. Mas deve ser muito obediente, para que eu possa cuidar da melhor forma de ti.
Ela - Está bem.
Ele - Saiba: todas as dificuldades que passar, se puser amor no meio, tudo ficará bem.
Ela - O que quer dizer d i f i c u l d a d e?
Ele - Problemas.
Ela - Também não sei o que é problemas.
Ele - Cada lágrima que fizer doer teu coração, isso é chamado também de problemas.
Ela - Ah!
Ele - Lembre-se Fernanda, o amor é a arma mais poderosa de todo o mundo e é sua arma na saída deste lugar até sempre.
Ela - Sim.
Ela - Menino que voa, quem é você?
Ele - Sou o teu anjo da guarda, e sempre estarei ao teu lado.
Ela - Então vamos morar juntos?
Ele - Desde que você nasceu moro contigo, fui criado para te proteger.
Ela - Mas você foi criado onde?
Ele - Fui criado por Deus.
Ela - E eu?
Ele - Você também foi criada por Ele, um pouco diferente de mim.
Ela - Por isso eu não tenho asas?
Ele - Risos... Sim menina. Tuas asas moram no teu coração.
Ela - Então não posso nem rir muito, se não ele pode voar?
Ele - Risos... Ria o quanto quiser Fernanda, suas asas nunca irão embora.
Ela acorda, e em volta percebe que já se fazia noite, as crianças dormiam.
Mas onde estava dona Rosa, que não a tirou do castigo?
Então levanta e vai novamente à sala olhar a árvore.
Nisso sente uma dorzinha na orelha, era dona Rosa, que a fez voltar outra vez para o castigo.
Naquela noite, ninguém merecia ser castigado pensou.
Pegou suas lembranças e olhou para os amiguinhos, se despediu e fugiu.
Não olhou nenhuma vez para trás, apenas queria ir muito além, lá no lugar daquele sonho do anjo.
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PS: respondendo a pergunta de Erico.
Querido, TUDO que escrevo em meus blogs eu vivi.
Nada é fictício.
Mimha imaginação não alcançaria tanto.
PS: respondendo a pergunta de Erico.
Querido, TUDO que escrevo em meus blogs eu vivi.
Nada é fictício.
Mimha imaginação não alcançaria tanto.
Amiga
ResponderExcluira cada linha que eu lia
me veio uma tristeza
uma garotinha
sem pai nem mãe
um castigo de um dia
todo, e sua esperança
de te-los de volta.
estarei aqui acompanhando sempre
mais um pouquinho da sua
infância
bjs
amiga
AI QUE LINDO BLOG ,QUE LINDA HISTORIA DESSA MENININHA FERNANDA ,MEU DEUS ..LINDO BLOG...LINDA HISTORIA E TRISTE TAMBEM ..FER NAQUELE NATAL NÃO VEIO ..NÉ SEU PRESENTE MAS CHEGOU DEPOIS NÉ CRIS VEIO E VOCE ESTA AÍ FORTE VIVA E FELIZ..E EU SOU TÃO GRATA A DEUS POR VOCE HOJE SER TÃO FELIZ..
ResponderExcluirAMEI O BLOG A MUSICAS
AS DUAS URSINHO PIMPÃP E É TÃO LINDO SÃO DUAS MUSICAS QUE CANTAVA MUITO PARA MEUS DOIS FILHOS DORMIR..
AMEIIIII
BEIJOS
TIA OTILIA
Amada Amiga!
ResponderExcluirvocê conseguir fazer com
que dos meus olhos escore-sem
lágrimas,muito foi a minha emoção em cada palavrinha escrita.
já tinha uma enorme admiração por você,
e agora eu sei o porque.
parabéns pelo blog,por tudo e obrigado por compartilhar esse historia!
uma abração!
Parabéns por mais esse filho.Tá lindo e o texto, como sempre, emocionante! beijos,chica
ResponderExcluirMinha querida...sua sensibilidade literalmente é impressionante...sua alma transborda amor minha querida...lindo seu doce cantinho...beijos...
ResponderExcluirValéria
Bom dia,Fernanda!!
ResponderExcluirNão tem como ficar incólume com seu texto!!Ele nos invade o coração e a alma...que lição minha querida...
Deus te abençõe sempre!!!
Sejas MUITO FELIZ!!!
Parabéns por mais este espaço!!
Linda e emocionante estória de vida.
ResponderExcluirUm anjo visitou outro anjo.
abração e obrigada por tudo.
Olá, amada,
ResponderExcluirOntem estive aqui, me coloquei como seguidora, mas deixei para voltar hoje
para ler, pois tinha compromisso.
Seu relato é verdadeiramente emocionante.
Pude sentir a sua frustração ao procurar seus pais nas meias.
É difícil pensar que uma criança tenha que passar por isto. Admiro-a muito
e considero-a uma vencedora.
Beijos recheados de ternura.
Lindo teu novo cantinho querida minha.
ResponderExcluirApesar de triste sua história, é por saber dela que me ligo mais ainda em você.
Voltarei, sempre.
Beijos enormes no teu coração.
Fernanda, já tinho lido, mas não consegui comentar... deu um nó na garganta, vontade de chorar por saber que tudo isso foi tão real pra ti... Voltei pra dizer que aqui começa o livro, seu primeiro capítulo, uma menininha linda que já nasceu amor, e mesmo diante de tantas dores, seguia em frente, com esses olhinhos vivos, cheios de alegria, esse sorrizinho puro carregado de esperança... Ai ai menina, você me emociona... Se cuida e eu volto...
ResponderExcluirFica com Deus.
Beijos.
Su.
Fernanda,
ResponderExcluirO história de sua vida, ou a estória da fernanda? (desculpe a curiosidade)
Beijos :)
Fernanda,
ResponderExcluirComo sempre uma linda história que todas as pessoas deveriam ler. Ultimamente, muitos tem desanimado por poucos motivos irrelevantes e se esquecem que há pessoas que lutaram muito pra ter um pouco de felicidade e amor no coração.
Eu adoro a sua escrita e te admiro muito.
Estou a te seguir por aqui também
Um grande beijo e um ótimo final de semana!